"Concentre no bem que você pode fazer, não se atormente com casos sem esperança. Isso só vai te deixar infeliz".
Está citação está no livro Virgin River, de Robyn Carr.
A obra narra a estória da enfermeira Melinda Monroe, uma mulher bem sucedida em Los Angeles, que larga uma vida confortável para trabalhar na pequena Virgin River, uma cidade aparentemente pacata do interior.
Mas essa mudança não se dá apenas para fugir de uma vida corrida na cidade grande, Mel é uma mulher que já sofreu muito e carrega alguns traumas, sair de Los Angeles representa uma fuga de tudo o que lhe fazia mal.
O problema é que a mudança não será tão simples como ela pensa, embora seja uma cidade tranquila, o local enfrenta os seus próprios problemas e atuar em um lugar pequeno e distante pode ser tão desafiador quanto em um grande hospital.
Além disso, o médico do local, Dr. Mullins, não vê com bons olhos a chegada de uma colaboradora, já que mesmo com a idade avançada, acredita dar conta do recado sozinho.
Aos poucos Mel vai percebendo que a mudança não afasta os problemas e que eles precisarão ser encarados uma hora. Ela também vai descobrindo que a vida é cheia de recomeços e que traumas são superáveis.
E sim, temos clima de romance e você vai torcer até o fim pelo casal. Nossa protagonista vai ser encantar pelo dono do restaurante local, Jackie, um veterano de guerra que também possui seus fantasmas e que precisa aprender a lidar com as más recordações.
Mas o que eu achei? O livro tem uma leitura fácil e gostosa, excelente para aqueles dias que estamos sem pretensão nenhuma de pensar demais por conta de um enredo muito complexo. Ótimo para curar uma ressaca literária.
Porém, não se engane, ele não é superficial e muito menos mal escrito, e trata sobre temas como traumas, violência urbana, terror de guerra e contrabando de drogas, algo que assola alguns Estados Americanos que regularizaram o uso e a venda da maconha, caso da Califórnia. Mas nem por isso se torna um livro denso demais.
Outro ponto positivo é a ambientação da narrativa. Virgin River é uma cidade pacata, nas montanhas onde as pessoas se ajudam o tempo todo e que a qualidade de vida é excelente. Sério, eu quis morar lá algumas vezes durante a leitura e fazer amizade com aquelas pessoas.
O ponto negativo para mim é que os personagens secundários não são tão bem desenvolvidos e aparecem basicamente quando estão em torno de Mel e Jackie, havendo poucas tramas paralelas independentes, algo que a adaptação feita pela Netflix trabalha de forma bem melhor.
Mas ainda assim foi um livro que gostei bastante e que acho que vale a sua leitura e vai deixar muitas lições sobre superações e recomeços. Afinal, "As pessoas pertencem ao lugar onde se sentem bem. E cada um pode pertencer a uma porção de lugares, por razões muito diferentes."
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